Um trem para o aeroporto

Um trem para o aeroporto

Linha 13 – Jade, da CPTM, que fará a conexão com o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, entra em fase final após maratona de problemas.

A estrutura dos novos prédios conta com plataformas cobertas e as estações serão dotadas de todos os itens de acessibilidade, como elevadores, comunicação em Braille, corrimãos e rampas adequadas, piso e rotas táteis, e também vão dispor de banheiros públicos comuns e exclusivos para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. O local terá sistema de captação de água da chuva, que após tratamento, será utilizada na limpeza e banheiros da estação. A comunicação visual moderna facilitará o deslocamento dos usuários no interior do edifício, que também terá lixeiras para descarte de lixo comum e reciclável. Do ponto de vista da Engenharia, o projeto representa um grande desafio da Engenharia Civil, com transposições de rios e rodovias, sendo grande parte do trajeto em traçado elevado.

Vencendo desafios

Com um total de 12,2 km de extensão, a Linha 13-Jade atenderá a demanda em expansão da ligação de Guarulhos com São Paulo. A linha terá três estações: Aeroporto-Guarulhos, Guarulhos-Cecap (novas) e Engenheiro Goulart (em reconstrução), onde haverá integração com a Linha 12-Safira (Brás-Calmon Viana), na capital paulista. A operação será atendida por oito trens.

De acordo com secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, a conta dos atrasos deve-se a problemas de liberação de recursos pelo governo federal e pela demora nos processos de desapropriação de imóveis, além de mudanças nos projetos de viadutos. Fatores específicos também alteraram o cronograma, como a demora na obtenção das licenças ambientais. Também foi preciso um prazo maior do que o estimado para aprovação do projeto de transposição das rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna junto às agências Agência Nacional dos Transportes Terrestres e ARTESP. Além disso, teve que ser realizado ajuste geométrico do traçado da linha, em virtude de demandas externas, dentre elas o projeto futuro de ampliação do campus da USP Leste e a solicitação do Serviço Regional de Proteção ao Vôo da Aeronáutica e GRU Airport de rebaixamento do trecho em elevado na região próxima do atual Terminal 1.

Mas a principal característica da obra fica por conta das diversas interferências a serem vencidas, destaca o engenheiro Jackson Eugenio, da CPTM. “As transposições de rios e rodovias são grande parte do trajeto em elevado. Ao todo, serão executadas cinco transposições realizadas por meio da técnica dos Balanços Sucessivos. A principal transposição é sobre a rodovia Presidente Dutra, com 120 metros”, diz ele.

As obras estão divididas em quatro lotes. Para os Lotes 1 e 3, os responsáveis são o Consórcio HFTS Jade, composto pelas empresas Heleno & Fonseca Construtécnica, Trail Infraestrutura e Spavias Engenharia. Para os Lotes 2 e 4, os responsáveis são o Consórcio CST Linha 13-Jade, composto pelas empresas Consbem Construções e Comércio, Serveng- Civilsan Empresas Associadas de Engenharia e TllSA (Triunfo IESA Infraestrutura).

As obras

O trecho do Lote 1 é executado em superfície e tem 4,5 km de extensão. Compreende obras de reconstrução da estação Engenheiro Goulart, que integrará as linhas 12-Safira e 13-Jade. A obra está sendo realizada sem paralisar a operação ferroviária da Linha 12.

Já o trecho do Lote 2 é elevado, com 4,9 km de extensão, cruzando a área do Parque Ecológico do Tietê, os rios Tietê e Baquirivú-Guaçú, as rodovias Ayrton Senna, Presidente Dutra e Hélio Smidt e a avenida Monteiro Lobato. Neste ponto, além dos serviços de drenagem, também está sendo implantado isolamento acústico por conta da proximidade com o campus da USP Leste.